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sábado, 24 de abril de 2010

Não podemos admitir cerceamento à liberdade de informação

Sou repórter desde os 19 anos de idade. Comecei numa rádio pequena do interior e já passei pelos principais veículos de comunicação do Piauí. São mais de 20 anos de ininterrupta atuação profissional.

Nunca consegui admitir qualquer tentativa de cerceamento à liberdade de expressão. Em meu ponto de vista tudo aquilo que não for atentatório à moral, aos bons costumes e à verdade pode e deve ser publicado.

Sou contra publicação de palavrões na mídia. Sou contra sexo explícito ou a simples sugestão de ato sexual em horário inadequado. Penso nas crianças que podem estar na frente da tevê enquanto as cenas estão se desenrolando.

Mas isso é apenas opinião minha. Cada pessoa pode ter a sua. Por isso é que vivemos numa democracia e não apenas pelo fato de que podemos votar e ser votados.

Vamos aos fatos. Estava lendo um texto de Luiz Carlos Azena (você deve lembrar; ele era da Rede Globo até 2006). Fez boas reportagens internacionais e perdeu-se no Brasil quando veio fazer a cobertura política por aqui. Entenda-se. Ele é petista de carteirinha e de coração.

Fez tudo para beneficiar a candidatura do presidente Lula e de seus sequazes. Foi demitido da empresa em que trabalhava porque sua conduta foi considerada inadequada aos padrões de independência da emissora dos Marinhos.

Há quem diga que a Globo não é imparcial. Que sempre escolhe um lado. Engraçado é que não consigo vislumbrar essa unilateralidade global. Talvez eu seja míope. Ou talvez incompetente, como insistem alguns. Sei que sou também bastante curioso — e mesmo assim não consigo enxergar.

Gostava muito de ler matérias assinadas por Paulo Henrique Amorim — até descobrir que ele fez proselitismo permanente de sua demissão da Globo. Uma espécie de cavalo de batalha. Penso que este assunto só interessa a ele e à empresa que o demitiu. Por que cansar seus admiradores com isso?

Vou adiante. Também gosto muito dos textos de Ricardo Kotscho. Até que percebi a sua paixão descabida pelo petismo sem fronteiras. Todos têm direito em ter seus ídolos. O que não podem é tentar influenciar os demais com aquele sentimento exacerbado de que são detentores absolutos da verdade.

Nunca quis ser dono da verdade. Não gosto dos métodos de Lula nem de seus partidários. Nem por isso desejo influenciar alguém. Faço minha cobertura de acordo com os critérios de imparcialidade — dando espaço a que todos possam se manifestar. Também nunca fiz agressões contra empresas pelas quais passei, por mais que tenha sido prejudicado. Isso compete unicamente a mim.

Entendo apenas que temos de seguir em frente. Repórteres não podem atuar como bajuladores de governantes. Os governos passam, o jornalismo permanece em nós. Temos que continuar prestando as informações demandadas pela sociedade independente de quem esteja no poder. Apenas isso.

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