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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Um Repórter: trajetória e enfrentamento

Sou jornalista praticamente desde que me entendo por gente. Fui criado num lar em que as pessoas liam muito e mesmo as que não liam tanto assim costumavam me incentivar, me trazendo livros e revistas.
Na medida em que fui assimilando a consciência em torno da minha realidade, do que se passava em volta de mim, das pessoas, do tempo, dos acontecimentos, então eu colocava tudo aquilo no papel. Em pequenas crônicas da minha primeira infância e que foram crescendo comigo, me dominando por inteiro.


Na foto, entrevistando o senador Mão Santa, em Brasília
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Eu acompanhava o noticiário do rádio e da televisão e contava histórias com base naquilo que me era transmitido. Naquele tempo, começo dos anos 70, não pense que era fácil assistir televisão.
A programação começava a ser transmitida por volta de quatro da tarde. Você ligava o aparelho, dava um longo passeio, conversava, brincava e voltava bem meia hora depois e a válvula ainda não estava acesa.
Em todo caso, a tevê exerceu grande influência na minha formação. Foi por causa das reportagens sobre desigualdades sociais no Nordeste, sobre a seca, a corrupção de alguns políticos, o descompromissos de certos governantes, foi assim que eu aprendi a contestar, a fazer aquilo que é a essência da atividade jornalística – o questionamento.
Comecei em casa, fazendo notícias para mim mesmo, depois fui para o rádio, em seguida jornal e a própria tevê. Mas sempre mantive esse espírito crítico que me acompanha até hoje, de procurar entender por que o dinheiro público não rende quando todos obrigados e pagamos nossas obrigações, nossos impostos.
De procurar entender por que certas pessoas são mais pessoas que as outras, cometem crimes e não vão para a cadeia. Noventa por cento da população carcerária é de pessoas muito pobres.
Os mais ou menos representam em torno de 8%, enquanto que os ricos são apenas cerca de 2%. Ou seja, a gente pode contar nos dedos.
E não devemos nos conformar com isso. Pelo contrário. Um jornalista americano chamado Jhon Dargnthon afirma que “quando tudo o mais falha; falha o judiciário, o ministério público, as instituições de governo, o cidadão recorre à imprensa e é devidamente acolhido.”
Temos acolhido muitas denúncias. Repercutido a maioria delas. Os resultados aparecem aqui e ali. Mas ainda precisamos avançar bastante na valorização do nosso jornalismo – e isso acontece não por responsabilidade do jornalista, e sim das empresas de comunicação, que baseiam o seu faturamento, na maior parte, nas verbas do governo.
Desse modo ficam impedidas de fazer um jornalismo independente. Claro que existem as raras e honrosas exceções. São poucas. Tenho muita satisfação em fazer parte de uma delas neste momento – a RádioTeresina FM.
O livro “Um Repórter” conta muito da minha atuação profissional iniciada em 1984, como adolescente, no extinto Jornal do Piauí, passando depois pelas rádios São José dos Altos, Heróis do Jenipapo, Verdes Campos FM; jornais Folha do Nordeste, Correio do Piauí, Meio Norte; TV Meio Norte; Rádio Globo Teresina Meio Norte; e finalmente Radio Teresina FM.
Nesse meio tempo, casei com a professora Pedrina e tivemos o nosso único filho, Pedro, que decidiu seguir carreira na imprensa e está praticamente se formando em jornalismo.
A profissão me trouxe muitas conquistas. Mas também muitos dissabores. Notadamente no que trata sobre a perseguição dos poderosos.
Antes, quando era adolescente e participava modestamente (como todos por aqui) da contestação a ditadura militar em agonia, eu imaginava que essa história de perseguição contra jornalistas era uma coisa distante, que acontecia apenas com aqueles profissionais que desvendam tramas de acordos secretos entre potências nucleares ou fotografam políticos americanos em situações desconfortáveis.
Nada disso. Acontece bem aqui, perto da gente, muitas vezes com a gente mesmo, e sem que a população em geral se aperceba. E quando percebe não se importa e ainda diz que o jornalista é culpado pelo que lhe aconteceu.
Ouvi algo parecido em 2002 quando Tim Lopes foi esquertejado em vida na favela Cruzeiro pela gangue do bandido Elias Maluco. Um sujeito falou que ele foi mexer com o que não devia...
Quando publicou seu livro “Abusado, o dono do morro de Dona Marta”, sobre a vida do traficante Marcinho VP, o jornalista Caco Barcellos foi seriamente ameaçado de morte e teve que se transferir por vários anos para Londres, na Inglaterra.
Teve sorte. Alguns de nós não conta com o mesmo destino. Aqui mesmo no Piauí alguns profissionais foram processados, torturados ou mortos – tudo pelo direito de informar.
No processo judicial, busca-se a humilhação, a intimidação, fazer com que recuemos do propósito de investigar, que é próprio do jornalismo.
Neste livro “Um Repórter”, trago muita coisa sobre isso. Sobre investigação jornalística, sobre obrigação profissional que muita gente entende como destemor. Sou agradecido pela consideração.
O livro é um reunião de histórias sentidas e vivenciadas ao longo de mais de duas décadas de atividade jornalística que posso considerar e dizer como intensa. Ao extremo.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Lançamento de Um Repórter bastante prestigiado na Livraria Piauiense

Foi bastante prestigiado o lançamento na noite desta quarta-feira (16) do livro Um Repórter de nossa autoria. O lançamento aconteceu na Livraria Piauiense da avenida Dom Severino, zona leste da capital, e reuniu amigos e familiares do autor. Na oportunidade, o estudante de jornalismo Pedro Rodrigues, meu filho muito amado, fez o cerimonial e lembrou do início de minha atuação na imprensa ainda em 1984, por conta das Diretas Já, como estudante secundarista, publicando textos com análise crítica no extinto Jornal do Piauí. O livro Um Repórter conta sobre 22 anos de minha atividade jornalística muito intensa, principalmente porque nunca aprendi silenciar diante de qualquer injustiça que seja. Talvez por isso tenha sido muito processado e perseguido. Mas também por isso tenho muitos amigos que nunca me abandonam. Falou também por ocasião do lançamento o promotor de Justiça aposentado José Moura Gomes, enaltecendo a obra. Relembrou nossa luta incansável, nos anos 1990, ele no Ministério Público, eu na tribuna jornalística, em defesa dos direitos da criança e do adolescente e pela criação de conselhos tutelares em diversos municípios do estado. O jornalista Pires de Saboia fez considerações sobre minha biografia e destacou minha veia investigativa. Foram muitos os que se manifestaram oportunamente: Silvano Alencar, Cloves Raulino (Caroba), Augusto Basílio, professora Teresa (Uespi), dentre outros. A presença de minha irmã Maria Narciza também foi muito importante. Todos os meus familiares e amigos. Pedrina, sempre ao meu lado. Quero agradecer imensamente à Lalinne, aos funcionários de Livraria Piauiense, que foram de uma atenção grandiosa. Grato a todos.

Abaixo, algumas fotos do evento...

























quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A segunda morte de Fernanda Lages

Numa longa entrevista a um programa de tevê local, o delegado Paulo Nogueira, da Cico, atacou duramente a memória da estudante Fernanda Lages, barbaramente assassinada em 25 de agosto. Ao invés de apresentar esclarecimentos sobre os 60 dias em que permaneceu à frente das investigações para, ao fim e ao cabo, nada dizer sobre o assunto, Nogueira agiu como se fosse uma pessoa acima do sistema legal do país e do estado.

A Cico, que ele representa, vem sendo duramente atacada pela sociedade piauiense por conta de sua desastrada atuação que, por absurdo que possa parecer, ainda conta com o apoio dos seus colegas, numa demonstração de que o corporativismo predominante na instituição beira as raias do irracional. Fernanda Lages está morta. A polícia deveria estar procurando os autores de seu assassinato. Deveria estar oferecendo respostas sobre as causas de tão horrendo crime.

No entanto, o delegado de polícia, escorado no apoio dos seus colegas, vem a público para atacar a vítima, para dizer que Fernanda tinha um comportamento negativo, era dada a relacionamentos dispersos e muito provavelmente até se prostituía. Na condição de responsável pela investigação, ele tem que apurar todos os detalhes sobre a vida do morto. O objetivo é tentar encontrar motivações para o crime no comportamento da vítima. Mas as informações obtidas têm que ficar com a própria polícia, porque a vida pregressa da vítima, publicamente, se encerra com o seu falecimento.

O comportamento do delegado Paulo Nogueira, na prática, provoca uma segunda morte da jovem Fernanda Lages. Não estamos querendo saber como ela se comportava na sua vida íntima. Importa apenas que ela nunca tenha praticado nenhum crime; que ela nunca tenha roubado ou matado ninguém; que ela nunca tenha agredido a conduta moral de quem quer que seja. E, principalmente, que ela não tenha agido no sentido de provocar nenhuma conspiração governamental.

A moda, para a polícia, é atacar o Ministério Público. Para os promotores, atacar a polícia. Isso não leva a lugar algum. Não ajuda a fortalecer nossas instituições. Mostra apenas o quanto somos frágeis e o quanto as pessoas que deveriam nos defender são, elas próprias, muito frágeis. Lamentamos profundamente pelo delegado Paulo Nogueira e pelo governo Wilson Martins. A Polícia Civil age sob o comando do governador. Se a Cico se comporta desta forma tão desorganizada e incompetente é porque tem apoio direto do palácio do governo.

O governador já pediu ajuda da Polícia Federal. Tem que fazer mais. Tem urgentemente que repensar a Cico. Do jeito que está, não pode continuar. Delegados que mandam mais do que o próprio governador. Que ttripudiam sobre o sentimento da população. Que afrontam a memória de um morto. Que agridem a dor dos seus familiares. Outros governadores tiveram pulso para extinguir grupos de elite dentro da polícia que estavam querendo assumir, para o mal, o controle da situação.

De acordo com o delegado titular do inquérito, o Ministério Público prejudicou as investigações. Vamos imaginar que os promotores de Justiça não tivessem entrado no caso. Teríamos, ainda em setembro, uma conclusão que foi amplamente ventilada pela imprensa, quem sabe, a partir de fontes policiais. As declarações de viva voz do delegado Nogueira demonstram muito bem de onde estas cogitações partiram na época. Teríamos uma conclusão de que Fernanda havia se matado. Sem que mais se dissesse, o caso estaria encerrado. E ponto final.

sábado, 18 de junho de 2011

GOVERNADOR FEZ ACORDO, SIM, COM LIDERANÇAS ULTRAPASSADAS

O governador Wilson Martins afirma que não compromisso com lideranças ultrapassadas e que por isso pode ficar à vontade para governar em favor dos 3,2 milhões de piauienses. Segundo ele, seu governo não está comprometido com quem quer que seja, a não ser com a população.
Permita-me discordar de sua excelência. Ele fez acordo com lideranças do atraso e algumas muito complicadas, sim. Senão vejamos: Eurimar Nunes, ex-prefeito de Canto do Buriti, condenado pela Justiça Federal por improbidade administrativa (desvio de recursos públicos), preso em operação da Polícia Federal em 2000 sob acusação de envolvimento com o crime organizado – atualmente é assessor especial do governo lotado no gabinete do governador; José Luiz Martins Maia, ex-deputado federal, implicado no escândalo do orçamento (1993), acusado de enriquecimento ilícito (que justificiou dizendo que plantava capim em Angical do Piauí) - assessor especial do governo lotado no gabinete do governador; Robert Freitas, ex-prefeito de José de Freitas, cassado da prefeitura sob acusação de uso da máquina e abuso de poder econômico na campanha reeleitoral de 2008 (teve os direitos políticos cassados pela Justiça Eleitoral) - assessor especial do governo lotado no gabinete do governador; Gaspar Dias Ferreira, ex-prefeito de São Raimundo Nonato, acusado da prática de improbidade administrativa na época em que foi prefeito daquele município - assessor especial do governo lotado no gabinete do governador.
Estes são apenas alguns exemplos. Podemos citar muitos outros políticos de antigamente e que certamente representam o atraso. Mais que isso: representam os acordos subterrâneos feitos por sua excelência para ganhar as eleições de 2010. O governo não anda pela natural dificuldade econômico-financeira do estado, no entanto isso acontece também porque os espaços políticos foram loteados entre estas lideranças. Eis o preço da vitória.

WILSON MARTINS DESABAFA: SER GOVERNADOR É MUITO DIFÍCIL

O governador Wilson Martins fez um desabafo durante a nomeação de novos servidores para a Polícia Militar, e Secretarias de Justiça e Segurança. Ele disse que nunca imaginou que ser governador fosse uma tarefa tão difícil.
O chefe do executivo afirmou em Karnak na quinta-feira que tem dormido muito pouco e que quando está acordo fica o tempo inteiro tomando decisões complicadas diante da situação complexa das finanças estaduais.
Ele afirma que não fez promessas durante a campanha eleitoral do ano passado e por isso não se vê obrigado ao cumprimento de nenhuma meta em especial. Seu objetivo, segundo garante, é dar tranquilidade ao povo do Piauí.
Garante que não tem compromisso com lideranças de mentalidade ultrapassada e que seu compromisso é com 3,2 milhões piauienses.

JOVEM DE 17 ANOS TEM INFARTO E MORRE DURANTE JOGO DE FUTEBOL

Um jovem de apenas 17 anos de idade identificado até o momento apenas por Leonardo morreu por volta das quatro horas da tarde desde sábado (18) em José de Freitas (52km de Teresina) durante um jogo de futebol na fazenda Boa Esperança, na zona rural daquele município.
Leonardo estava em campo na disputa os times Lagoa Seca e Sitricom, de Teresina, quando repentinamente caiu, momento em que teve a parada parada cardíaca.
Reanimado pelos colegas, ele foi socorrido por uma equipe do Hospital Municipal Nossa Senhora do Livramento e a caminho da casa de saúde teve uma nova parada, desta feita não resistindo e falecendo.
O fato se deu em meio à final do campeonato promovido pelo vereador Raimundo Lira e pouco antes de uma festa animada pela dupla sertaneja Cirano e Cirino.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Controladoria retira do ar informações de “Portal da Transparência”

O que terá levado a Controladoria Geral do Estado a essa estranha decisão de retirar do ar todas as informações de despesas relativas aos governos passados, principalmente do período de Wellington Dias como governador (2003/2010)? A decisão foi adotada mediante determinação do controlador geral Antonio Filho depois que o portal GP1 publicou elevado volume de repasses financeiros a uma fundação contratada pela gestão anterior (CONFIRA AQUI). Especula-se que tenha havido uma forte pressão nos bastidores porque o atual governo tem verdadeiro temor de melindrar aquele que o antecedeu. Muita gente acredita que Wilson Martins teria condições de fazer tais revelações, mas parecem ignorar o fato de que ele passou 10 meses num mandato/tampão e que incorporou muitas das irregularidades praticadas na gestão do seu antecessor (vide ações inúmeras na Justiça, sobretudo a respeito de eleições). A verdade é que estamos diante de um fato inusitado. Todas as informações do Portal da Transparência do governo do Piauí dizem respeito ao período de janeiro de 2011 em diante. É como se o antes não existisse.

Governador promete realizações com novo empréstimo

O novo empréstimo que está sendo solicitado pelo governo do estado, com autorização da Assembleia, deve representar investimentos mensais da ordem de R$ 60 milhões, de acordo com afirmações do próprio governador Wilson Martins (PSB). Os objetivos elencados são tantos que fica até difícil de acreditar que serão efetivamente realizados. Mas nossa obrigação é relatar o que vimos e ouvimos, portanto levamos ao nosso leitor o conhecimento sobre a fala de Sua Excelência (vídeo abaixo). Clique, ouça e depois me conte se você consegue acreditar que tudo o que está sendo dito será de fato realizado.

quinta-feira, 26 de maio de 2011


Na TV MN, em 2003, com os amigos Ribamar Garcia (E) e João Cláudio Moreno.

Na TV Piauí (Antares), com Chico Viana e Genésio Araújo entrevistando o então governador Mão Santa.

Janeiro de 93, como chefe de gabinete da prefeitura de Altos (gestão Cézar Leal).

Em setembro de 99, no semiárido, para matéria sobre superação na seca, maltratando uma pobre cavalgadura.

Em Oeiras (1999), com o veterano de guerra Hermínio Antonio da Silva, já falecido.

UM REPÓRTER


1995, editor de política do Correio do Piauí (reflexivo, na redação).

quarta-feira, 25 de maio de 2011

VELHO MONGE


Na foto, de 2002, estamos eu, Carlos Máximo, então presidente da Fundação Rio Parnaíba, e o engenheiro Cid de Castro Dias, autor do livro "Os Caminhos do Rio Parnaíba". Ambientalistas em defesa do "Velho Monge".

UM REPÓRTER


2004, com Roberto Cabrini.

1999, em Dom Inocêncio, produzindo matéria sobre convivência com a seca.

2006, com o pequeno Diêgo, que desde então vive nas dependências do Hospital Infantil Lucídio Portella (respira somente com ajuda de aparelhos).

2004, na Rádio Globo do Rio, com o ator Milton Gonçalves.

2010, na Rádio Teresina FM, programa Revista da Manhã.

2003, na TV MN, ao lado de Beto Rêgo e do cantor Pinduca.

Maio de 2004. Rio de Janeiro. Praça da Cinelândia, em frente ao Teatro Municipal.

Abril de 2003, ao receber o título de Cidadão Teresinense, concedido pela Câmara de Vereadores. Ao lado da amiga Clotildes Carvalho, promotora de Justiça, da mulher Pedrina e do filho Pedro.

13 de março de 2001, homenageado pelo governador Mão Santa com a comenda do Mérito Renascença.


2002, dois momentos na TV Meio Norte, num deles entrevista o então senador Alberto Silva.

1992, apresentador do Jornal da São José (Rádio São José dos Altos).

No divisor de águas entre Piauí e Ceará, no alto da Serra Grande (1999).

Rádio Nativa, em Altos, 1998, entrevistando o governador e candidato à reeleição Mão Santa. Gérson é o operador.

Em 1999, denunciando em série de reportagens as fraudes na criação de municípios. Ao fundo, o Castelete, em Pau D'Arco do Piauí. Ao seu lado, fotógrafo Manoel Messias.

UM ESCRITOR JOVEM DEMAIS


Aos oito anos, amparando-se na samambaia por causa do problema de equilíbrio, e apontando uma pistola de brinquedo (os primeiros contos).

PRIMEIRA INFÂNCIA


Com o primeiro velocípede, no jardim de sua residência, em Altos, no começo dos anos setenta.

JORNALISMO


Em 1998, na redação do jornal Meio Norte, como editor de municípios.

RETROSPECTIVA


Em 1993, na cidade de Campo Maior, entrevistando popular para matérias sobre desmandos na administração municipal (Marco Bona).

UM REPÓRTER


Em 1993, entrevistando o então governador Freitas Neto para as rádios Heróis do Jenipapo e Verdes Campos FM, de Campo Maior, no Palácio Pirajá.

Onde estão os estudantes?!

Os estudantes participaram de grandes conquistas na história do Brasil. Foram eles que no século XIX alavancaram o debate pelo fim da escravatura. Muitos foram perseguidos e presos pelo Império, mesmo assim não reduziram seu ânimo em favor da libertação dos negros.
Participaram, também decisivamente, já no século XX, das lutas pelo fim da política do Café com Leite, quando os presidentes da República eram escolhidos apenas entre cariocas e paulistas (aqui e ali algum mineiro). Foram eles, os estudantes, que balizaram, nos Estados, a campanha vitoriosa da aliança comandada por Getúlio Vargas e que resultou na Revolução de 1930, com todos os seus ganhos e perdas, mas, enfim, uma revolução.
Os estudantes também foram determinantes na queda do próprio Vargas, 15 anos depois, ao fim da Segunda Guerra, quando os pracinhas brasileiros voltaram do enfrentamento aos nazistas. Como se podia lutar contra o totalitarismo em outras nações e continentes quando em nosso próprio país padecíamos sob o jugo de uma ditadura cruel e sanguinária como a do Estado Novo?!
Vale ressaltar que a própria participação do Brasil na Segunda Guerra teve o estímulo da classe estudantil, que logo se posicionara contra o projeto louco de Adolf Hitler de constituir uma raça superior no mundo a partir dos alemães e com o extermínio de todas as outras que não tivessem as mesmas características genéticas.
Os estudantes, algum tempo depois, nos anos 1950, atenderam ao chamamento de um Getúlio Vargas renovado, agora eleito pelo voto direto, na luta em favor da nacionalização de nossas riquezas, como petróleo, minérios em geral. A classe lutou contra a internacionalização da Floresta Amazônica, outra defesa dos americanos, sob argumento de que nós, brasileiros, não temos nenhuma condição de cuidar daquele gigantesco (e sagrado) bioma.
Nos anos 1960, com a ascensão ao poder dos militares, os estudantes se posicionaram contrários e fizeram marchas contra a exceção por todo o país. Enquanto todos insistiam em chamar o movimento militar de “a redentora”, os estudantes a chamaram pelo que de fato era – uma ditadura.
Diante da impossibilidade de lutarem na legalidade, partiram para a clandestinidade, pegaram em armas e sonharam derrubar o regime – uma das muitas utopias da juventude daqueles tempos.
Mais recentemente, tivemos as lutas pela redemocratização, nos anos 1980, com as Diretas Já!, que reuniram milhões pelas ruas das grandes cidades, inclusive em Teresina, na tentativa de estabelecer eleições diretas para presidente da República.
Em todas as épocas, os estudantes sempre participaram dos grandes movimentos e das grandes conquistas. Alguns reunidos em torno de entidades, outros nem tanto, mas participativos. Mas agora parecem alheios ao que se passa em seu derredor. Por que será?!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

THEMISTOCLES CONFESSA ESTAR ASSUSTADO COM INVESTIGAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL

Uma investigação realizada pelo Tribunal de Justiça do Estado e Polícia Federal sobre atuação de deputados estaduais do Piauí determinou a quebra de sigilo telefônico dos parlamentares.

O deputado Themistocles Filho (PMDB), presidente da Assembleia Legislativa, disse que está assustado com a informação porque desconhece o teor da investigação.

Ele apenas imagina que esteja acontecendo por causa de um consórcio no qual os 30 deputados descontam mensalmente a importância de R$ 5 mil para concorrer ao sorteio de R$ 150 mil.

O presidente considera desnecessária a ação da PF, tendo em vista que, segundo ele, a Assembleia do Piauí é um poder transparente.

Toda e qualquer informação de que a Justiça queira dispor para realizar suas investigações podem ser solicitadas sem a necessidade do grampo e escuta telefônica.

Numa entrevista concedida hoje a uma emissora de tevê da capital, Themistocles disse que até o governador Wilson Martins pode ter sido grampeado nesta ação investigatória que está sendo realizada pela Polícia Federal e anunciou a contratação de um advogado para acompanhar o caso.

O presidente disse que deputado é igual mulher bonita – “todo mundo quer tirar uma casquinha.”

o parlamentar afirma ainda que não tem ideia sobre o motivo da apuração e pediu aos deputados que se mantenham em silêncio e evitem falar ao telefone sobre questões que possam gerar constrangimento.

terça-feira, 17 de maio de 2011

WELLINGTON DIAS DEFENDE ADOÇÃO PELO MEC DE PROGRAMA INVESTIGADO NO PIAUÍ

Em pronunciamento na tribuna, o senador Wellington Dias (PT) defendeu a implantação pelo MEC, em nível nacional, do programa Cursinhos Populares, que no Piauí é investigado por supostas irregularidades.

O senador disse que os Cursinhos Populares garantiram acesso de jovens egressos de escolas públicas ao ensino superior, saltando de 18% para 64%, mas estes dados nunca foram aferidos por nenhum órgão de credibilidade.


Senador Wellington Dias durante pronunciamento na tribuna do Senado

Foram apenas disseminados pelos membros do governo passado e do Instituto Civitas, que em seis anos recebeu cerca de 20 milhões de reais da Secretaria de Educação do Estado para a execução do programa.


Wellington Soares, dirigente do Civitas e assessor do senador


Robertônio Pessoa, outro dirigente do Civitas

Em seu pronunciamento, Wellington Dias cita os nomes do coordenador estadual da Juventude, Plínio Dumont, do advogado Robertônio Pessoa e do professor Wellington Soares, que inclusive é assessor parlamentar em seu gabinete no Senado.

Os três, segundo ele, defendem a adoção pelo Ministério do programa Cursinhos Populares.

SOB INVESTIGAÇÃO

O contrato celebrado entre a Secretaria de Educação do Estado e o Instituto Civitas (que realizou o programa Cursinhos Populares no Piauí) está sob investigação do Ministério Público Estadual.

O promotor responsável pela apuração é José Reinaldo Leão. A ONG é dirigida pelos petistas Wellington Soares, Nelson Nery Costa e Robertônio Pessoa.

Em menos de seis anos teria recebido cerca de R$ 25milhões (informações constantes no Diário Oficial do Estado) em recursos do governo, através da Secretaria Educação, dirigida por outro petista, o deputado federal e candidato derrotado ao Senado, Antonio José Medeiros.

O pretexto é a execução do projeto de cursinhos, que deveria preparar alunos do ensino médio para o vestibular. A investigação acontece desde dezembro de 2009 e deve perdurar até não se sabe quando.

PIOR EDUCAÇÃO

De outro lado, importa ressaltar que a educação piauiense é considerada a pior do Brasil, tendo recebido nota 3 do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Brasileira), o menor do país.

Recentemente, o secretário Átila Lira desabafou na televisão (durante greve de professores) e disse que o Piauí é campeão nacional de fracasso escolar.

Significa dizer que os petistas no poder não contribuíram para o desenvolvimento da educação no estado.

Desse modo, como justificar a adoção de um programa que se pretende renovador e avançado quando na verdade nem temos o que comemorar em nível de educação pública?!

SINDICATO DOS PROFESSORES

Pelos cálculos do sindicato dos professores do estado o montante de repasses da Secretaria de Educação para o Instituto Civitas teria sido da ordem de 200 milhões de reais.

Numa entrevista recente concedida ao programa Revista da Manhã (Teresina FM), a presidente do Sinte, Odeni de Jesus, informou que foi solicitada uma investigação do Tribunal de Contas do Estado junto ao projeto.


Odeni de Jesus, investigação necessária

Ela disse que os recursos destinados aos Cursinhos Populares não tinham amparo legal e que deveriam ter sido investidos na melhoria da educação pública e não no financiamento de organização não governamental.

SUSPENSÃO DOS CURSINHOS

Em oportunidade recente, o advogado Robertônio Pessoa anunciou a suspensão das atividades do projeto no Piauí.

Segundo ele, a Secretaria de Educação deixou de repassar recursos do convênio. Foram repassados apenas 59% do montante acordado, o que teria inviabilizado o pagamento de professores contratados.

A Secretaria de Educação divulgou nota alegando que o repasse de dinheiro foi suspenso por determinação do Ministério Público do Estado.

Somos informados de que a determinação partiu do próprio governador Wilson Martins, que considera, nos bastidores, a irregularidade no funcionamento do projeto.

Quanto a coordenador estadual da Juventude, estranha que ele esteja se movimentando em favor de um projeto que é rejeitado pelo próprio chefe do executivo em governo do qual ele participa como assessor.

ASSIS CRITICA ROBERT RIOS E DEFENDE VOTO EM LISTA

O deputado federal Assis Carvalho (PT) criticou o secretário de Segurança Robert Rios Magalhães, que é deputado estadual licenciado pelo PC do B, durante entrevista a uma emissora de tevê na tarde de ontem.

Ele disse que Robert Rios costuma criticar o PT porque o partido tem lhe aplicado diversas derrotas em eleições municipais, a exemplo de Campo Maior e Regeneração.

Segundo Carvalho, Rios faz política de modo ultrapassado. “Ele representa um modelo superado”, acrescenta. “Robert Rios estava muito acostumado a ganhar no grito, mas as coisas mudaram.”

No seu entender, a vitória do vereador do PC do B na eleição para a prefeitura de Sigefredo Pacheco não significa necessariamente uma vitória de Robert Rios, mas sim do partido e também com apoio do PT, que apesar de ter integrado uma outra chapa conferiu votação significativa para a vitória do comunista.

A articulação, neste caso, teria partido do próprio Assis Carvalho.


VOTO EM LISTA



Assis Carvalho defendeu o voto em lista para escolha de parlamentares.

Ele disse que a defesa é originalmente do seu partido mas entende que será muito difícil colocar em prática porque o modelo atual tem amparo junto aos poderosos da política e da economia.

O voto em lista tem sido defendido pelos petistas em nível nacional, a partir do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como forma de retirar do eleitor o direito de eleger os seus representantes.

Por meio dele, o voto seria conferido apenas aos partidos e não aos candidatos. Os partidos apresentariam os nomes dos candidatos eleitos por sua própria indicação.

Este modelo se originou na Bélgica em 1885 e tinha por objetivo garantir espaço para as diversas ideologias no parlamento, mas logo caiu em desuso naquele país europeu.

Atualmente é praticado em países como Cuba, China e Coreia do Norte, que não podem ser compreendidas necessariamente como nações democráticas.

PREFEITO PROTESTA CONTRA ABANDONO DE RODOVIA

O prefeito de Morro do Chapéu, Lucídio Rebelo, está indignado com o Governo do Piauí por conta da paralisação nas obras da rodovia PI-214, ligando com os municípios de Esperantina e Luzilândia. A obra foi iniciada em 2009, está orçada em R$ 14 milhões e até agora não concluída. “O pior é que o Governo mandou arrancar o asfalto que havia, que era ruim para tava dando conta do recado, e ficou tudo por isso mesmo, apesar dos constantes protestos da comunidade.”

Os moradores voltaram a interditar a rodovia na madrugada desta terça-feira.

TRABALHADORES E ESTUDANTES DE ALTOS SE MOBILIZAM CONTRA AUMENTO EM PASSAGENS

Moradores de Altos estão se mobilizando em defesa de uma audiência pública na Assembleia Legislativa para tratar sobre os preços das passagens de ônibus semiurbanos, que consideram muito elevados.
De acordo com a professora Cristiane Ferreira, o valor passou para R$ 3,50 e é praticado indiscriminadamente, quando trabalhadores e estudantes, que usam o transporte todos os dias, deveriam ter tratamento diferenciado.

Lagoa

Na cidade de Lagoa do Piauí, o transporte semiurbano também está dando o que falar – os usuários pagam passagem no valor de R$ 4 à empresa atualmente responsável.
Uma outra empresa gostaria de prestar o serviço de transporte por valor mais barato, no entanto não detém nenhum direito sobre exploração da linha.
O assunto será tratado no próximo dia 26 em reunião na Secretaria Estadual de Transportes.

Coivaras

Em Coivaras, os trabalhadores e estudantes que se deslocam diariamente para Teresina pagam uma passagem no valor de R$ 8.
O servidor público Gilson Gomes acredita que o valor poderia ser menor e critica a precariedade dos ônibus colocados para fazer a linha.

SENTAR E CHORAR

Tem uma historinha circulando em Teresina e que está sendo disseminada por meio de mensagens de telefone celular.
Nela, o terrorista Osama Bin Laden chega para Deus e pergunta:
- O que será do futuro do Afeganistão?
Ao que o Criador prontamente responde:
- Vai se acabar por meio de bombas disseminadas pelos terroristas da al-Qaeda.
Então, Osama Bin Laden sentou e chorou.
Barack Obama, o presidente dos EUA, chega para Deus e pergunta:
- O que vai ser do futuro dos EUA?
Deus, de novo, responde prontamente:
- Vai se acabar por meio de armas químicas disseminadas pelos terroristas inimigos da democracia americana.
Obama então sentou e chorou.
O governador Wilson Martins chegou para Deus e perguntou:
- O que vai ser do futuro do Piauí?
Então, Deus sentou e chorou.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Efrém Ribeiro denuncia ter sido agredido por fotógrafo do portal Cidadeverde.com

O jornalista Efrém Ribeiro, do jornal Meio Norte, denuncia que foi agredido pelo fotógrafo Tiago Amaral, do portal Cidadeverde.com.

Ele afirma que estava fazendo a cobertura de casamento homossexual realizado na praça João Luiz Ferreira quando foi surpreendido pela agressão do colega de profissão, que teria lhe aplicado uma pancada na cabeça.

Efrém Ribeiro lembra que em oportunidade anterior, durante cobertura de solenidade no Serviço Social do Comércio, teria sido agredido pelo jornalista Francisco Magalhães, a serviço do mesmo portal, que o empurrou e quebrou seu notebook.

Na recente oportunidade, diz não entender as razões de Tiago Amaral. “Havia bastante espaço na praça João Luiz Ferreira. Sendo assim, não entendo o motivo. Pensei, a princípio, que era por falta de espaço, mas numa praça isso é impossível de acontecer”, lamentou.

Ele acredita que seu trabalho tem incomodado os colegas que, por não alcançarem o mesmo ritmo, partem para a agressão física. “Faço meu trabalho de forma séria e honesta. Nunca revidei nenhuma agressão. Imagino que isso aconteça por inveja em relação ao meu trabalho”, desabafa.

HISTÓRICO DE AGRESSÕES

Efrém Ribeiro foi agredido em diversas oportunidades durante a realização do trabalho. Em 1994, apanhou do então deputado federal Heráclito Fortes no aeroporto de Teresina.

Em 1996, na cobertura das eleições municipais, foi atacado pelo também jornalista Gilberto Melo, já falecido, nas dependências da TV Antares. Em 1997, foi agredido também no aeroporto Petrônio Portella pelo jornalista e advogado Genésio Araújo Júnior, oportunidade em que foi defendido pelo então deputado estadual Chico Filho.

A agressão ocorreu diante do então governador Mão Santa e do secretário da Indústria e Comércio João Vicente Claudino, sendo flagrada pelas câmeras da TV Meio Norte.

Em 1998, o ajudante de ordens do então vice governador Osmar Araújo o agrediu durante convenção do PSDB em Teresina. Em 1999, foi espancado por Raimundo Xavier, a serviço do temido ex-coronel Correia Lima, em churrascaria na zona leste da capital.

O diretor de jornalismo do Sistema MN de Comunicação, jornalista José Osmando, afirmou em certa ocasião que Efrém Ribeiro utiliza esse tipo de situação como forma de se promover. “É uma espécie de marca registrada do Efrém”, assinalou.

A audiência dos veículos de comunicação do sistema, de acordo com seus integrantes, aumenta consideravelmente quando há notícias sobre ataques ao jornalista Efrém Ribeiro.

PADRE LIRA

Conheci padre Manoel Lira Parente em 1998, quando ele estava exercendo o segundo mandato como prefeito de Dom Inocêncio. Ele foi à redação do jornal Meio Norte para pedir apoio às autoridades. As pessoas estavam morrendo de fome, sem nenhum amparo dos governos estadual e federal, e a prefeitura sozinha nada podia fazer para amenizar o drama dos moradores. Dom Inocêncio é o segundo município piauiense em dimensão territorial.

LUTA CONTRA A SECA

Padre Lira ficou conhecido internacionalmente pela sua luta contra a seca. Na condição de pároco em São Raimundo Nonato, ele começou a dar assistência ao povo da região ainda nos anos sessenta. Implantou cisternas, construiu pequenos açudes, barragens e barreiros e implementou um sistema revolucionário de educação que praticamente acabou com o analfabetismo em Dom Inocêncio. Duas décadas depois, ganhou matéria de página inteira no Jornal do Brasil.

CASAS BRANCAS

Dom Inocêncio está situada a mais de 700 km de Teresina, em pleno “coração da seca”. Não dá para perfurar poços tubulares porque o acesso ao lençol freático é prejudicado por um tipo de rocha denominado cristalino. Para enfrentar o problema, além das providências já relacionadas, padre Lira orientou que todas as residências do município sejam pintadas de branco. A cor branca reflete os raios solares e consequentemente diminui a intensidade do calor no interior das residências.

REPORTAGEM

Estive em Dom Inocêncio em setembro de 1999 na companhia do inigualável repórter-fotográfico André Pessoa, produzindo material para o caderno de MUNICÍPIOS do Jornal Meio Norte. Deparamo-nos com um cenário desolador. Era fim de tarde. Um homem, no meio de um riacho seco, cujo solo estava rachado, retirava água barrenta de um buraco pequeno num litro,que em seguida bebeu com muita satisfação. Ato contínuo, perguntou se gostaríamos de beber junto com ele. Aceitamos. Fiquei a me perguntar: por que tanto sofrimento? Como a adivinhar meus pensamentos, o homem indagou se tínhamos onde pernoitar. Respondi que sim. Ele disse: qualquer coisa, minha casa é humilde, mas se os senhores não se incomodarem... No meio da adversidade, ainda há espaço para a bondade. Talvez seja este o principal legado de padre Manoel Lira Parente.

PERNOITE

Naquela mesma noite, estivemos com o próprio. Um homem simples, apesar da grandeza de sua obra, que reside numa fazenda modesta, a 5 km da área urbana de Dom Inocêncio. Apesar de rústica, a fazenda possui toda a estrutura para hospedar quem quer que seja. E padre Lira nada pede em troca pela hospitalidade, apenas a paciência do interlocutor em escutar suas histórias. E são muitas. De quando chegou ao lugar, de como encontrou aquela terra, de como as pessoas viviam – muito mal, mais ainda do que agora, e de como ele, através dos seus contatos no exterior, conseguiu transformar a realidade local amenizando o sofrimento daquelas pessoas.

PARTIDA

De Dom Inocêncio, partimos para a Bahia e Pernambuco. Mas fiquei o tempo inteiro e guardo comigo até hoje a lembrança de suas palavras, que valem tanto quanto seu exemplo: “A nossa realização é do tamanho do nosso sonho.”

quarta-feira, 11 de maio de 2011

WILSON MARTINS PROMETEU RESOLVER PROBLEMA DE DRENAGEM DA ZONA LESTE

Em dias de chuva, a zona leste de Teresina se transforma num verdadeiro oceano, com ruas e avenidas inundadas pela falta de escoamento. O problema é antigo e os políticos, sempre que podem, prometem soluções que nunca se materializam. A população está cansada de esperar.
Lembro-me do poema que diz: o sertão vai virar mar. Neste caso, a cidade parece estar se transformando em mar. As promessas mais recentes foram feitas pelo então governador Wilson Martins durante a campanha para o 2º turno das eleições 2010. Candidato à reeleição, não teve desempenho esperado junto ao eleitor teresinense na etapa inicial. Pesquisas de opinião indicavam que a preferência se mantinha em favor do ex-prefeito Sílvio Mendes, do PSDB.
Apelando para um discurso crítico contra as gestões tucanas na prefeitura, o governador mostrou em seu programa eleitoral imagens de um dia de chuva, com carros atolados, pessoas com água na altura dos joelhos, andando com dificuldade em meio ao aguaceiro acumulado pela falta de sistema de drenagem. E afirmou que tudo aquilo era responsabilidade dos tucanos que haviam governado a capital por mais de 20 anos e não haviam realizado obras para conter a situação.
Ocorre que o sistema de drenagem é uma realização de grande porte. Não pode ser feita pela prefeitura, carecendo de investimentos federais na ordem de 37 milhões de reais, em média, conforme orçamento apresentado ao Ministério das Cidades em maio de 2009 pelo então prefeito Sílvio Mendes.
O governo federal, sob gestão dos petistas, fez questão de negar ao governo municipal o atendimento de pleitos da maior importância, tudo por questões de natureza política. Foi assim que durante todo o primeiro mandato do presidente Lula (2003/2006) praticamente nada se fez em favor da capital. A ponte estaiada João Isidório França, iniciada no governo FHC (1995/2002), permaneceu sem investimentos por mais de seis anos. O mesmo aconteceu com o HUT (Hospital de Urgência de Teresina), que contou com recursos do governo do PT somente a partir da segunda gestão lulista.
No tocante ao sistema de drenagem, o deputado Fábio Novo, do PT, fez pronunciamento na tribuna da Assembleia dizendo que os tucanos contaram com o governo federal durante oito anos e não o fizeram. Perguntei a ele, em seguida, se o fato de FHC não ter realizado implicava em dizer que Lula também não realizaria. Ele fora eleito para repetir os erros dos seus antecessores. O parlamentar petista desconversou e não respondeu. Disse apenas que Lula tinha compromisso com os teresinenses. Mas durante todo o seu mandato não foi isso que ficou evidenciado.
Na campanha de 2010, o governador Wilson Martins garantiu que aproveitaria o seu excelente trânsito com a futura presidente Dilma Roussef (ela ainda não estava eleita, mas ele já a colocava como tal, parecendo antever o resultado da eleição em virtude da força da máquina administrativa utilizada contra o candidato da oposição, o tucano José Serra). Wilson Martins se reelegeu, Dilma conseguiu a vitória, mas até agora (abril de 2011), nada se fez no sentido de resolver o problema da drenagem de águas na zona leste.
Pelo visto o problema deve persistir por muito tempo ainda. Toda esta região de Teresina está completamente tomada por novas construções. São bairros, condomínios, edificações que surgem a cada dia e que impedem o caminho natural das águas. Ao tomar conhecimento de críticas que faço em meu programa de rádio (Teresina FM), o governador se irrita. Alega não ter responsabilidade sobre o drama enfrentado pela população, que a culpa é dos outros. Dos prefeitos que passaram pela gestão municipal e nada fizeram. Dos governadores que o antecederam e também nada realizaram neste sentido. Inclusive, do seu próprio benfeitor, Wellington Dias, que cuidou em fazer apologia de si próprio, com larga utilização dos meios de comunicação, sem se preocupar em construir uma nova estrutura para o Piauí. O governador se esquece de citar a população, que vota sem se preocupar com as implicações da sua escolha. Faz opção menos por realizações e compromisso público e mais por cargos e gratificações comissionadas. Uma lástima.
No meu ponto de vista, a responsabilidade de realizar é de quem promete. Foi Wilson Martins quem prometeu se empenhar pela construção do sistema de drenagem da zona leste. Cabe a ele encontrar soluções. Infelizmente, a história humana torna-se cada vez mais uma corrida entre a civilidade e a ganância. Busca-se apenas o poder a qualquer custo.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Curiosidades jornalísticas

Muitos episódios curiosos marcam a atuação da imprensa piauiense nos anos setenta. Confesso que não vivenciei nenhuma delas, embora tenha mantido ou mantenha relacionamento de amizade com os seus personagens. Em 1978, na campanha para o Senado que dividiu o Piauí entre Dirceu Arcoverde e Alberto Silva, o jornalista Carlos Medeiros recebe do editor de “O Estado” a determinação para cobrir um comício que seria feito pelo candidato governista, Dirceu, na praça do Marquês.
Ocorre que Medeiros estava com muita vontade de viajar para sua cidade natal, Esperantina, a fim de passar o fim de semana. Inconformado com a incumbência, decidiu ser criativo e ao invés de cobrir o acontecimento, como fora pautado, simplesmente redigiu a matéria antes do acontecimento, catou algumas fotos de comícios recentes no arquivo do jornal e desceu para publicação.
O diagramador Vilson Santos ainda ponderou com Medeiros, mas o jornalista disse que estava tudo bem. “O Dirceu é candidato do governo e diz sempre a mesma coisa. Daí presumir que haverá muita gente no comício e que ele voltará a prometer tudo o que já prometeu antes. Não se preocupe. Vai dar certo.”
A manchete do dia seguinte foi que Dirceu Arcoverde reunira uma grande multidão na praça do Marquês em mais um grande comício da situação. Para infelicidade de Carlos Medeiros, o evento não se realizou porque desabou sobre Teresina uma verdadeira tempestade.
Iniciando no mesmo jornal, o hoje conhecido Kenard Kruel gostava de mostrar seus textos para o dono da empresa, Hélder Feitosa, que mais tarde seria barbaramente assassinado. Os colegas o orientavam de que ele deveria levar o seu material diretamente para o editor Montgomery Holanda, no entanto ele insistia na prática de tentar influenciar o patrão para suas habilidades como redator.
Foi então que o jornalista J. Barros resolveu aplicar uma peça em Kruel. “É preciso que você saiba se dirigir ao patrão. O Hélder não gosta de ser chamado pelo nome. Você ganhará pontos com ele se o chamar pelo apelido de ‘Caburé’, que é uma denominação terna, que o acompanha desde a infância.”
Crente de que estava abafando, Kenard Kruel aproveitou que o chefe acabara de deixar sua sala e estava circulando pela redação e aproximou-se dele. “Olha aqui, seu ‘Caburé’, esse texto que acabei de produzir sobre a nova literatura do Piauí.”
Hélder Feitosa odiava o apelido e olhou para Kruel com uma cara muito enfezada para deleite dos demais jornalistas.

Teresina, 9 de maio de 2011

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Nelson Rodrigues relata, em crônica, artigo em favor do Piauí...

Como sempre, estive hoje pela manhã numa livraria da cidade e deparei-me com livro precioso de autoria do falecido jornalista Nelson Rodrigues, que pelo sobrenome bem poderia ser meu parente, mas trata-se apenas de uma destas felizes coincidências da vida como é... Pois bem. Na obra "Confissões de um reacionário", Rodrigues fala sobre o Piauí, relembrando artigo que escreveu em 1969 em defesa do Estado por considerar que havia, da parte do Governo Federal, uma discriminação muito grande para conosco.

Imaginava o brilhante cronista que seria aplaudido pelos piauienses. Mas se enganou redondamente, porque a manifestação foi totalmente contrária a ele e ao seu senso de justiça apurado com o qual se armou de corpo e alma para dizer que a União deveria ser mais respeitosa em relação às necessidades do nosso Estado, destinando, para cá, os investimentos em cumprimento ao pacto federativo na mesma proporção em que acontecem em relação aos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais...

Os piauienses ficaram indignados contra Nelson Rodrigues, que chegou a ser xingado numa edição do jornal "O Liberal", de saudosa memória, e também numa carta aberta publicada pelo então secretário do Governo do Estado. O secretário, enfurecido pelas palavras de Nelson, entendeu que o Piauí estava sendo chamado de "pobre" e ele, como nenhum outro piauiense, concordaria com esta agressão gratuita ao nosso rico e pujante nordestino. Longe de ficar zangado com as referências nada elogiosas à sua pessoa, o jornalista carioca entendeu logo que havia ali uma contradição muito grande.

Em todos as unidades federativas do País exagera-se no item necessidade. Muitos se dizem pobres mesmo que não sejam - mas apenas para fazer jus aos adjutórios federais. Assim o fazem Rio, Sampa, Minas, Ceará, Pernambuco, e tantos quantos, mesmo que não tenham condição de tamanha necessidade e se encontrem até mesmo em melhores condições do que nós. O piauiense, ao contrário, faz questão de dizer que é rico. Daí Nelson pensar, utilizando-se da notória fertilidade de sua imaginação, que a pobreza de uns muitas vezes residem no seu discurso. Se um Estado diz que é rico, potencial ou concretamente, por que haverá de despertar, entre os burocratas do Governo Federal, qualquer atenção em relação a ele? Para destinar verbas, então, nem se fala... Melhor destinar para aqueles que alardeiam a própria necessidade e, por que não dizer, pobreza...

Os episódios aqui relatados se deram em 1969. Transcorrem, pois, exatos 42 anos. Tempo suficiente para qualquer Estado alcançar o desenvolvimento sócio-econômico e cultural. Mas o Piauí como um dos mais pobres da Federação, embora internamente seus líderes e até mesmo parte considerável da população façam questão de dizer que vivemos num lugar muito rico e pujante.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Prefeitura de Campo Maior inadimplente junto ao TCE/PI

O ex-prefeito de Campo Maior, João Félix, deixou o cargo com a Prefeitura Municipal inadimplente junto ao Tribunal de Contas do Estado. A informação está em um relatório do TCE e publicado no site oficial do órgão. A PMCM deixou de prestar contas dos meses de outubro e novembro de 2010, colocando o município em situação delicada.

O prefeito eleito de Campo Maior, Paulo Martins, (PT), revelou sua preocupação com a situação da Prefeitura deixada pelo ex-prefeito. O petista afirmou que o município inadimplente fica impedido de celebrar vários convênios e de conseguir recursos para a realização de várias obras e serviços municipais.

Segundo o TCE, o ex-prefeito João Félix deixou de apresentar documentação referente a prestação de contas dos meses de outubro e novembro de 2010, quando a Prefeitura de Campo Maior recebeu quase R$ 5 milhões de recursos federais. “É um crime e por isso vamos acionar a Justiça para penalizar o ex-prefeito João Félix”, avisa Paulo Martins.

Em favor dos servidores do DER/PI

O deputado estadual Luciano Nunes (PSDB), líder da oposição na Assembleia Legislativa do Piauí, mostrou-se disposto em contribuir para a solução do problema que envolve os servidores Departamento de Estradas e Rodagens do Piauí (DER). De acordo com o parlamentar, cabe à Assembleia ser a mediadora das negociações entre o Governo do Estado e os servidores que tiveram seus vencimentos reduzidos em até 80%. Ainda segundo Luciano Nunes, os servidores estão vivendo um verdadeiro drama, já que muitos deles fizeram empréstimos consignado e agora estão recebendo seus contracheques zerados.

Os discos rígidos da Emgerpi

Editorial de hoje do jornal DIÁRIO DO POVO

Muitos casos polêmicos ao longo da história entraram para o rol dos que não encontraram solução. Em torno deles criou-se uma mística de que haveria, inclusive, a participação de conspiradores internacionais para evitar que se chegue a uma conclusão.

Podemos relacionar, rapidamente, alguns deles. O sequestro do garoto Carlinhos, por exemplo. Sabe-se apenas que ele desapareceu da porta de casa num dia qualquer dos anos setenta. Seus pais nunca receberam qualquer pedido de resgate ou outra informação acerca do paradeiro.

O conhecido caso de Dana de Tefé, uma socialaite bastante conhecida no Rio de Janeiro e São Paulo e que desapareceu misteriosamente nos anos sessenta. Imagina-se, apenas isso, que ela tenha sido assassinada. Por quê? Por quem? Simplesmente não se sabe.

Há muitas histórias também em torno da abdução de seres humanos por elementos de outros planetas. Abdução é o mesmo que sequestro, só que praticado por extraterrestres. Não existem provas de que isso tenha acontecido de verdade com alguém. Mas especulações são muitas. E existem indivíduos que se apresentam como tendo passado por tal experiência, sem contudo mostrarem prova disso.

No interior do Piauí costumam aparecer relatos de pessoas que juram ter se avistado com objetos voadores não identificados, os tais OVNI’s. Raças superiores de outras galáxias estariam realizando experimentos com humanos. O tema já rendeu um sem número de filmes de ficção científica. Não mais que isso.

São apenas fatos inexplicáveis. Nos anos setenta, o filão dos discos voadores serviu até mesmo para vender jornais no Piauí. Um periódico da capital fotografou uma calota de Fusca lançada do alto do Morro da Esperança, na zona norte, e informou que havia feito a imagem de uma nave espacial.

O teatro do absurdo encontra respaldo também na política e na administração pública. Há exatamente um ano, em Teresina, foram roubados cinco discos rígidos de computadores da Emgerpi que, segundo se informa, armazenariam nada menos que 160 mil arquivos de operações realizadas pela empresa ao longo do exercício de 2008, quando ocorreu eleição para prefeitos e vereadores.

Curiosamente, a Polícia Federal está realizando inquérito sobre a atuação da empresa neste período porque existem denúncias de que recursos públicos do estado teriam sido desviados, via Emgerpi, para irrigar contas de candidatos governistas nas eleições daquele ano. Sabe-se que os computadores foram roubados por um único elemento portando uma faca. Ele surpreendeu os vigilantes, imobilizou-os e em seguida saiu a pé levando consigo todos os discos rígidos e mais dois scanners.

Nunca mais se teve qualquer notícia deste elemento ou dos produtos do roubo. Imagina-se que estes computadores poderiam conter informações da maior importância para o andamento da mencionada investigação. Como é reconhecida a competência da polícia piauiense na elucidação de muitos casos de maior complexidade, talvez tenha se abatido sobre os discos da Emgerpi o mesmo teor inexplicável que acometeu os casos relatados no início.

Deputados posam para foto oficial com Centro de Convenções ao fundo

Os deputados estaduais do Piauí posaram perfilados em frente ao Palácio Petrônio Portela. E bem que tentaram, mas não conseguiram esconder a obra inacabada do Centro de Convenções. Ficou meio tosco em meio à festa de posse olhar para aquele monstrengo ao fundo.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Wellington Dias promete trabalhar em favor de dependentes químicos?!!

O senador Wellington Dias se apresenta, em Brasília, como defensor da causa dos dependentes químicos. Promete, deste modo, empreender atuação em favor dos viciados. Lamentável, pois, para estes, porque o petista nunca fez o que disse. Muito antes pelo contrário.

Dias sempre foi muito bom de discurso. E com isso tem conquistado espaços cada vez maiores na política. Mas se analisarmos sua passagem pela vida pública perceberemos que não deixa rastro algum. Não acredito que no Senado seja diferente.

Wellington Dias foi deputado estadual. Sua grande obra neste período foi a CPI do PDV, que apurou irregularidades na execução do programa. Teria havido desvios de finalidade na aplicação dos recursos e beneficiamento de pessoas indevidas. Nenhum centavo retornou para os cofres públicos.

Ele também apresentou muitas denúncias contra o então governador Mão Santa e o então diretor geral do Detran/PI, Themistocles Sampaio Pereira. Terminaria se juntando aos dois para chegar ao poder.

Na Câmara Federal, diz que sua grande marca foi o combate ao crime organizado nas prefeituras. Nenhum prefeito corrupto foi para a cadeia mas Dias, mais tarde, se serviria deles para conquistar votos que o levariam ao Karnak.

Apresentou também projeto de convivência com o semiárido. Os agricultores da região nunca deixaram de precisar de ajudas do governo para sobreviver em tempos de seca.

No governo, disse que sua grande realização foram estradas e inclusão social. As estradas são uma balela sem tamanho por não justificarem o grande volume de recursos empregado. Só da CIDE (imposto dos combustíveis) foram repassados pelo governo federal não menos que R$ 200 milhões em sete anos e três meses, sem falar no empréstimo de R$ 1 bilhão autorizado pela Assembleia. As estradas construídas estão se desfazendo com menos de dois anos de uso.

No tocante à inclusão, o Piauí se mantém como um dos mais pobres da Federação. A renda per capita é a menor do país e mesmo nas cidades em que houve evolução nas receitas estaduais por causa da presença de grandes empresas, não houve mudança nas condições de vida da maioria da população. Ele sabe dizer apenas, em sua defesa, que sou pessimista e tenta silenciar-me com processos judiciais sem conta. Não conseguirá. Não posso ter outra visão que não a real.

O que se pode esperar, no Senado, de alguém que conseguiu êxitos eleitorais surpreendentes e nunca conseguiu honrar os votos recebidos?!

sábado, 22 de janeiro de 2011

Empresário denuncia direcionamento em licitação em José de Freitas

O empresário Willami Basílio manifestou indignação quanto ao procedimento licitatório realizado pela prefeitura de José de Freitas (52km de Teresina) na semana que passou. Segundo ele, o processo teria sido claramente dirigido para beneficiar uma empresa ligada ao pregoeiro da municipalidade. Uma questão interessante para ser analisada pelo TCE/PI - Tribunal de Contas do Estado. O email de Basílio segue abaixo.

Caro jornalista Toni Rodrigues,

Participei da licitação 001/2011 da Prefeitura de José de Freitas para locação de veículos para atender as necessidades das diversas secretarias e sai da sala de licitações frustado, sentindo-me lesado e outros adjetivos semelhantes. Ao ler sua matéria percebi que nem tudo está perdido e que mais pessoas tem o mesmo sentimento que eu. Depois de meia hora dentro da sala onde realizou o certame senti que já havia um circo armado pelo pregoeiro e sua equipe.

Logo em seguida me senti um palhaço, pois cheguei a conclusão que realmente que tudo era um circo para se dar um ar de legalidade. Não posso afirmar que o Prefeito tenha parte nessa história, mas do jeito finalizaram a licitação, afirmo que a população dessa cidade está sendo enganada e vai pagar uma conta altíssima.

A empresa vencedora não apresentou nenhum veículo em seu nome, a maioria dos carros que consta na relação que apresentou são veículos velhos, com mais de 10 (dez) anos de uso, como por exemplo um Fiat Uno 1987, um Ford Del Rey 1983 e um caminhão ano 1975: não precisa ser mecânico ou engenheiro para perceber que um veículo com mais de 30 anos de uso não tem condições de prestar um bom serviço ou talvez nenhum serviço para a prefeitura.

O Ford Del Rey em questão estava na relação apresentada pela empresa distribuido para duas secretarias diferentes: seria um caso único de unipresença automobilística. Para comprovar esse absurdo basta dar uma lida na documentação do pregão. Somente isso seria necessário para a desclassificação da empresa e a proibição de licitar com o município por cinco anos por apresentar-se de maneira fraudulenta coma intenção de burlar o processo licitatório. E o pior de tudo é que o dono da empresa é amigo pessoal do pregoeiro.

A nossa empresa apresentou 40 (quarenta) veículos novos onde mais de 90% dessa frota é de carros ZERO KM e apenas 6 carros eram ano e modelo 2008/2009 ou 2009/2010 e todos licenciados no nome da nossa empresa. Na abertura da sessão o pregoeiro teve a preocupação inicial de nos descredenciar alegando um erro de digitação no texto da procuração. Agora eu copio a frase do saudoso Cazuza e pergunto: QUE PAÍS É ESSE? Será que vamos continuar assistindo esse tipo de falcatrua acontecendo todo dia na nossa cara e não fazer nada? Espero contar com o apoio desse importante veículo de comunicação e grande formador de opinião em nosso estado.

Willami Basílio
(86) 9984-1908