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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Presidente estimula agressões contra adversários

Nos Estados Unidos, os candidatos a presidência da República são respeitados de tal modo que tão logo têm a candidatura homologada em convenção passam a contar com proteção do Serviço Secreto.

Passam a andar com seguranças armados 24 horas por dia, que os seguem a todos os lugares, para garantir tanto a sua proteção quanto a de seus familiares, isso porque para os americanos a presidência é uma instituição quase que sagrada e os seus postulantes devem receber garantias de que não serão agredidos em sua postulação.

No Brasil, é diferente. Os candidatos a presidência, principalmente de oposição, recebem agressões por parte da própria instituição presidencial, representada neste caso pelo chefe da nação, que se traveste, em pleno horário de expediente, de comandante de facção partidária para denegrir e, mais que isso, estimular agressões contra seus oponentes – que são tratados como se fossem traficantes de drogas, exterminadores de gente.

Nesta quinta-feira, um fato preocupante na sucessão presidencial e que em nosso ponto de vista contribui negativamente para a reputação das emissoras de televisão Record e SBT. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que ataca a imprensa diariamente, imaginando com isso que vai prejudicar a apuração de matérias que mostram aspectos de podridão em sua gestão, fez elogios rasgados às duas emissoras.

Não resta dúvida de que um órgão de imprensa elogiado por Lula, que agride a todos, deve ser visto com uma certa cautela. Neste caso, pode estar acontecendo engajamento político – o que não seria de se estranhar dado alguns relacionamentos obscuros que têm sido relatados entre imprensa e poder no Brasil de todos os tempos.

Quanto à suposta agressão praticada contra o presidenciável José Serra, o presidente fez o que não deveria ter feito. Tirou suas conclusões com base em reportagens de telejornais, exatamente o que ele mais condena quando o assunto são os bastidores do seu governo – mensalão, quebra de sigilo fiscal e bancário de adversários políticos e escândalo de corrupção na Casa Civil.

No Piauí, alguns deputados estaduais fizeram discursos inflamados contra o tucano, como se o fato dele pertencer ao PSDB e estar disputando a presidência pela oposição o tornasse um alvo ambulante de toda sorte de agressões. Este é um comportamento lamentável num país que se pretende democrático – um presidente da República que estimula o ódio contra os postulantes ao cargo que ocupa quando deveria se posicionar como magistrado numa disputa da qual definitivamente não faz parte; seguidores que se comportam como sectários, seguindo o exemplo de cima e disseminando opiniões como se fossem a mais absoluta verdade.

Um comentário:

  1. Que texto muito bem elaborado!
    Gostei, concordo plenamente com você, sem tirar e nem pôr.

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