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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Os discos rígidos da Emgerpi

Editorial de hoje do jornal DIÁRIO DO POVO

Muitos casos polêmicos ao longo da história entraram para o rol dos que não encontraram solução. Em torno deles criou-se uma mística de que haveria, inclusive, a participação de conspiradores internacionais para evitar que se chegue a uma conclusão.

Podemos relacionar, rapidamente, alguns deles. O sequestro do garoto Carlinhos, por exemplo. Sabe-se apenas que ele desapareceu da porta de casa num dia qualquer dos anos setenta. Seus pais nunca receberam qualquer pedido de resgate ou outra informação acerca do paradeiro.

O conhecido caso de Dana de Tefé, uma socialaite bastante conhecida no Rio de Janeiro e São Paulo e que desapareceu misteriosamente nos anos sessenta. Imagina-se, apenas isso, que ela tenha sido assassinada. Por quê? Por quem? Simplesmente não se sabe.

Há muitas histórias também em torno da abdução de seres humanos por elementos de outros planetas. Abdução é o mesmo que sequestro, só que praticado por extraterrestres. Não existem provas de que isso tenha acontecido de verdade com alguém. Mas especulações são muitas. E existem indivíduos que se apresentam como tendo passado por tal experiência, sem contudo mostrarem prova disso.

No interior do Piauí costumam aparecer relatos de pessoas que juram ter se avistado com objetos voadores não identificados, os tais OVNI’s. Raças superiores de outras galáxias estariam realizando experimentos com humanos. O tema já rendeu um sem número de filmes de ficção científica. Não mais que isso.

São apenas fatos inexplicáveis. Nos anos setenta, o filão dos discos voadores serviu até mesmo para vender jornais no Piauí. Um periódico da capital fotografou uma calota de Fusca lançada do alto do Morro da Esperança, na zona norte, e informou que havia feito a imagem de uma nave espacial.

O teatro do absurdo encontra respaldo também na política e na administração pública. Há exatamente um ano, em Teresina, foram roubados cinco discos rígidos de computadores da Emgerpi que, segundo se informa, armazenariam nada menos que 160 mil arquivos de operações realizadas pela empresa ao longo do exercício de 2008, quando ocorreu eleição para prefeitos e vereadores.

Curiosamente, a Polícia Federal está realizando inquérito sobre a atuação da empresa neste período porque existem denúncias de que recursos públicos do estado teriam sido desviados, via Emgerpi, para irrigar contas de candidatos governistas nas eleições daquele ano. Sabe-se que os computadores foram roubados por um único elemento portando uma faca. Ele surpreendeu os vigilantes, imobilizou-os e em seguida saiu a pé levando consigo todos os discos rígidos e mais dois scanners.

Nunca mais se teve qualquer notícia deste elemento ou dos produtos do roubo. Imagina-se que estes computadores poderiam conter informações da maior importância para o andamento da mencionada investigação. Como é reconhecida a competência da polícia piauiense na elucidação de muitos casos de maior complexidade, talvez tenha se abatido sobre os discos da Emgerpi o mesmo teor inexplicável que acometeu os casos relatados no início.

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