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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Paulo Ventura e a luta contra a corrupção

Paulo Ventura é presidente de um Brasil fictício. Advogado extremamente ético, ele cria um site contra corrupção chamado “Sonho Intenso” e consegue se eleger deputado. Nesta condição, assume a presidência da República quando o presidente e o vice morrem na queda de um helicóptero. No poder, consegue prender o ministro da Justiça, um deputado notoriamente corrupto e que se apropria de verbas de prefeituras pobres. Ventura, apesar do respeito ao bem público, leva uma vida privada extremamente promíscua e mantém relacionamento com várias mulheres, inclusive com a esposa de um senador. A família é disfuncional, a mulher é revoltada com suas aventuras, a mãe parece detestá-lo. O presidente apresenta um projeto de responsabilidade pública que se propõe em acabar com a corrupção no país. Sofre um atentado, como era de se esperar. Um político incomum numa nação que cada vez mais se volta para a roubalheira como se fosse algo absolutamente normal. Identifico-me com a postura de Paulo Ventura na medida em que, na condição de jornalista, tenho combatido a corrupção e os corruptos e sofrido muitas retaliações e perseguições. Muitas vezes quase penso em desistir, mas sei que isso não é possível, principalmente porque não consigo silenciar diante do absurdo em que se transformou a relação de poder no país. Os políticos enriquecem, a população fica com as migalhas e ainda se dá por muito satisfeita. E agradece com votos para os seus algozes. Os especialistas em direito internacional diriam que se trata autenticamente da síndrome de Elsinque, quando os sequestrados quedam de amores pelos seus sequestrados. Trazendo para a nossa realidade, é quando os usurpados morrem de amores pelos usurpadores. Ou ladrões do dinheiro público, como se queira chamar.

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